terça-feira, 18 de julho de 2017

Trabalho invisível, com prazer !

Biblioteca em Lisboa ou Coimbra -  uma das mais belas bibliotecas do mundo - D.João VI  no século 19, pouco trouxe da  biblioteca
Julho FLIP 2008
Há 10 anos - tanta coisa aconteceu !
Neste blog sobre livros parei de escrever, pois recomecei a ler sem parar e queria  preparar um "draft" de livro para pessoas se planejarem como chegar bem e viver depois de 60 anos !

Que prazer é poder ler , se a visão colabora. Os livros esperam pacientes nas estantes, e quando pego para ler e escorre a etiqueta da livraria onde comprei e o papel da registradora cai no chão e ainda traz legível um ano, ano 2001 ! coisa boa, impressão intacta do pagamento, locais das livrarias em São Paulo mais prováveis: Fnac, Livraria Cultura, Saraiva e Livraria da Vila. Os de 2008, comprei na FLIP em Paraty, todos com autógrafos dos autores. E os italianos em viagem, outros  comprados nos Estados Unidos, adoro quando deixo cartões dentro, alguma referência ao vôo da viagem dentro do livro e continua visível o ano. Uma surpresa- reencontrar a mim mesma.

Minha vida ao redor dos livros é um mergulho em décadas de vida, relembro onde, quem estava comigo ou me deu o livro, as razões de ter escolhido o livro e , paradoxal, jamais imaginei que alguns livros lidos há décadas e eu adorei, não tenho mais paciência de ler, tento e desisto. Tentarei mais algumas vezes?

Foi em 2015 ou antes que iniciei o rascunho de algo que seria um planejamento para viver bem após 60 anos. Eu me culpava por não saber como me portar e viver nessa transição crucial da vida. Filhos/as deixam a casa, relações se rompem, trabalhos são reformulados, as manutenções ficam caras e não mais baratas, como se diz muito de forma mentirosa.

Os planos de saúde aumentam de preço, amigas e amigos falecem, muitos/as tiveram câncer, operações delicadas, cirurgias sem esperanças, obesidade, dificuldades de andar, remoções de órgãos,  a maioria com remédios para depressão e visitas regulares em psicólogos e psiquiatras, tudo isso com menos de 60 anos de idade ! Poucos /as falam. Tabus !

Como é tabu, eu me culpei uns 10 anos por não saber o que acontecia após 50 anos. Estava com 56 kg (elegante), cheia de vontade de realizar, ainda viajaria para o exterior mais uns 8 anos, sózinha, sem agências de viagens ou acompanhantes, mas o mundo pareceu mudar totalmente.

Os livros que li, além dos mencionados, anteriormente foram: Managing your money for retirement ( presente que ganhei com 30 anos de idade ! e claro, coloquei no fundo de uma estante secundária) - Aprendendo a envelhecer - Mortais (excelente) - A inteligência hormonal da mulher -  A revolução das 7 Mulheres -  Medo da Vida - e vários outros.

Nada parecia acontecer. Um limbo ! Conversar com pessoas de mais de 50 anos é um risco de cair numa conversa sobre " pedras na vesícula"; torções de pé e mão; câncer; emagrecimento; falta de recursos financeiros; mau humor e falta de ânimo; agressividade e ironia; problemas renais e diálise; diabetes e ódio ao envelhecimento; a lista de assuntos tristes é imensa da pessoa que envelhece e de seus pais, irmãos. Não estou sendo ruim- essa tendência a assuntos assustadores parece recorrente em muitas gerações e famílias.

Num quadro desses, como respirar e ter estímulo para reuniões ou visitas  ?

Mesmo um pouco empoeirados, mesmo com décadas de defasagem entre compra e leitura, lá encontrei, na altura de minhas mãos, os meus livros. Ali, leais e fiéis para compartilharem comigo suas experiências. Emoção imensa, e como agradecer a tantos autores que eles salvaram anos de minha vida ao lado, é claro do amor e carinho de quem me trata bem e me quer bem?


Hoje, 18 de julho de 2017, volto a escrever neste blog. Continuo lendo, mas no momento, além do que foi citado e deixado mencionado, não me sinto disponível para compartilhar mais nada.

Leiam se precisarem de boas companhias. Em São Paulo existem locadoras de livros e ótimas bibliotecas.

1997 - nova edição de meu livro "Abrindo a empresa para o consumidor" - esgotado e não mais impresso


Maria Lucia Zulzke, em São Paulo - SP - 18 de julho de 2017 - perto de 15 horas, dia frio perto de 10 graus celsius, até nisso o livro é formidável, sob um cobertor, uma bebida quente, um diálogo interno, uma conversa baixinho com o/a autor/a e o/a leitor/a.



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