terça-feira, 1 de setembro de 2009

"O último judeu" - uma história de terror na inquisição

É um dos romances de Noah Gordon, editado pela Rocco. Há citação ao início de agosto de 1489.

O conteúdo é fascinante, a leitura envolvente e a trama não me deixa parar. A todo momento vem a pergunta angustiante: o holocausto, então, não foi uma construção pontual do século 20? 
A "humanidade" seria repetitiva e cíclica?

Alguns dos ingredientes do terror e das raízes da intolerâcia são:

1)escolhido um público alvo;
2)comportamento é estudado;
3)hábitos e rituais são perseguidos;
4)estimulada a denúncia;
5)fontes de renda e da sobrevivência financeira são cortadas;
6)exclusão social;
7)membros de uma mesma família são levados ao isolamento

É um romance.

Escreveu, Gilberto Dupas, em artigo sobre "As raízes da intolerância" - jornal "Estado de São Paulo", Espaço Aberto, em 8 de fevereiro de 2003  "A exacerbação da intolerância, disfarçada por uma falsa retórica de valores absolutos, que leva à tentativa de imposição de normas e práticas, desenvolvendo comportamentos comunitários agressivos."

"Se conseguirmos despolitizar as religiões e tratá-las como minorias da comunidade política - e não transformá-las em razões de Estado ou alimento para o preconceito ....."

"Cabe aos mais poderosos o exemplo primordial de tolerância. Quem está em posição de tolerar é quem detém o poder de esmagar, mas decide não o fazer. Não tem sentido pedir aos vencidos que tolerem os vencedores.... a hegemonia se transformará em tirania."

O artigo de Gilberto Dupas, publicado no jornal O Estado de São Paulo, quando presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais, é atual, ainda que escrito em 2003. Fica a dúvida: ele conhecia ou pressentia?

 Maria Lucia Zulzke, em São Paulo, dia 01 de setembro de 2009, às 11:00 am