quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Jogos Territoriais - Annette Simmons - Ed. Futura - "um beijo, qual Judas..."

Este livro requer boa dose de maturidade para ser digerido diante das rivalidades nos ambientes de trabalho. E o seu título é bastante ilustrativo - o ser humano briga por território o tempo todo, grande parte do seu esforço é tirar o mais bem sucedido, o mais famoso, o mais antigo de seu posto, o que tem mais destaque etc.

No esporte, isso é facilmente reconhecido e valorizado - são os "records" de tempo, de velocidade, de gols, de conquistas, entre os diferentes esportistas que disputam ou o mesmo esportista busca superar a si mesmo.

Entre os times rivais, entre as torcidas, fica bastante evidente o caráter altamente competitivo das partes.


No ambiente de trabalho há um grande desperdício de talentos e pessoas experientes por conta desses jogos. Dependendo das implicações políticas, das alianças existentes, o jogo de intimidação é explícito ou invisível.


Existem sabotagens muito sérias, desacreditando profissionais, espalhando inverdades e, em casos de ocupação agressiva de territórios, as pessoas indesejadas vão para uma equivalente "Sibéria" sem recursos, cercadas de boatos destrutivos e de armadilhas.


pg 168 - Mais que um jogo: "A maioria das batalhas territoriais se faz bem dentro das normas sociais e parâmetros de justiça e civilidade. Os jogadores territoriais que não jogam dentro desses limites são jogadores de sabotagem. "

pg 148 - " Por alguma estranha razão, a cortesia excessiva pode funcionar como um comportamento de afastamento. A natureza obviamente forçada da inclusão cria uma espécie de sarcasmo comportamental, excluindo o outro do círculo íntimo. É um beijo de Judas que marca publicamente o recebedor da cortesia com os sinais de "inimigo".  Protegido pelo disfarce de politicamente correto, um colega pode enfatizar excessivamente o emprego de pronomes femininos porque ele "não quer ofender Jane, aqui". Sua gentileza excessiva meramente enfatiza a segregação de Jane, sua diferença do resto do grupo. Até envia a mensagem de que Jane é suscetível a essas coisas, enquanto a pessoa que está falando fica com a fama de sensível às necessidades dela. A verdadeira inclusão em um grupo diminui a formalidade. "

Leitura indigesta, mas desafortunadamente real. Pergunto-me qual é a melhor fase para se ler e cheguei à conclusão de que, quem tem o estomago mais tolerante e a maior ambição já leu há muito tempo ou formou-se com seus princípios.

Infelizmente, como abrir novas frentes de trabalho, iniciar novos projetos é mais difícil, a disputa por espaços conquistados  e bem sucedidos, torna-se um jogo de "vida ou morte".

Para sobreviver nos Jogos Territoriais precisamos definir se será necessário - lutar, fugir ou nos agarrar ao posto. A autora comenta os altamente destrutivos comportamentos usados durante os conflitos territoriais e difícil é entender a raiz do problema pois pode ser emocional e não racional.

Maria Lucia Zulzke, em S.Paulo - SP - Brasil, em 05 de novembro de 2009, às 11;25 am.