quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Inteligência Emocional na Empresa" Cooper Robert e Sawaf A. - Ed.Campus

Os autores, deste livro, são empresários e executivos, empenhados em desenvolver lideranças com inteligência emocional. 

Utilizei alguns tópicos deste livro para cursos em empresas.


Sobre Conexões Emocionais e Intuições:


pg 85:

a) - " Lute por momentos de silêncio"

"Quando todos conversam é difícil ouvir a voz interior. Em ambientes de alta tecnologia e, com muitos estímulos,
perdem-se a sabedoria criativa e a intuitiva, que os neurologistas demonstram ser transmitida por meio de emoções que ativam a capacidade de raciocinar."

b) - "Comece a desenvolver o insight"

"A intuição, em geral, é apresentada como o inverso do pensamento analítico. Muitas pessoas imaginam que, ao aceitar sua intuição, irá rejeitar o senso comum e a lógica. É importante respeitar a linguagem da intuição, mesmo
durante o período em que ela se apresenta nebulosa!"

c) - "Suspenda a voz do julgamento"

"O bom discernimento é auxiliado pela intuição, ainda que não o substitua! O pensamento analítico e lógico vai criticar coisas que os fatos ainda não podem revelar e, um crítico mental vai insistir em desqualificar a intuição - " isso não faz sentido" - " isso é apenas fruto da sua imaginação" 

"Quando se trata de intenções, sentimentos ou pensamentos de outra pessoa, peça esclarecimentos para ver se você está certo(a)"

d) - "Faça perguntas claras"
  
Como diz um antigo ditado e ressaltam os autores do livro, uma pergunta bem feita já está meio respondida! 

e) -  "Sinta os inevitáveis momentos de medo - e tire proveito deles"

" Em muitas organizações, onde a política é a norma e o status quo é vigorosamente defendido, a única maneira de chegar a algum lugar é ter coragem para debater construtivamente questões difíceis, o que pode provocar um certo pânico em você."

319 páginas de leitura importante para vidas pessoais e para profissionais de carreiras inovadoras, que precisam de espírito inquieto e de vontade para a investigação.

É importante, também, para evitar que, frente a situações novas e inusitadas, sejamos objetos e vítimas da manipulação de pessoas que, se servem das dificuldades alheias, para fazer sobressair seu acerto e sucesso em resultados consolidados. 

No final do livro os autores ressaltam: "Se eu não for a meu favor, quem o será? Se eu for somente a meu favor, quem sou eu? E se não agora - quando?"

A emoção, de acordo com os autores, é um despertador que chama a atenção para esclarecer coisas, agir ou tomar uma posição.

Emoção é energia, é um valioso combustível para o crescimento e desenvolvimento! Cuidado, apenas, para que não usem a sua emoção para a promoção de outrem e sua vitimização.

Uma das maiores manifestações de respeito e afeto genuino ao outro é o diálogo, é o "feed back",  pois só deixamos isoladas,  sem respostas, imersas no sofrimento e no "escuro", na ignorância e no ostracismo, pessoas que nada acrescentam de bom à sociedade.

por Maria Lucia Zulzke, em 30 de setembro de 2009, em S.Paulo - SP - Brasil, às 12:20 hs

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O MITO DO PROGRESSO - GILBERTO DUPAS - Ed. UNESP


Este livro, eu li no primeiro semestre de 2006, e fiz questão de escrever para o autor agradecendo-o, como normalmente faço quando aprecio muito uma leitura.

Volto ao livro, de quando em quando! Volto ao livro para conferir meus sentimentos e racionalizações em relação a algumas decisões sobre as quais eu nada posso fazer como cidadã.

Por favor, não jogar papel no chão eu aprendi há décadas!

Gilberto Dupas analisa temas tão importantes do novo conhecimento - biologia molecular, células tronco, energia nuclear, que ainda acredito, como ele, que a humanidade não sabe colocar limites nas suas investigações para se auto proteger de uma desgraça coletiva mortal.

É nesse aspecto, do ponto do limite da ambição do ser humano, da incapacidade do ser humano se auto proteger de uma desgraça coletiva  é que o livro de Gilberto Dupas para mim foi um grande alerta.

Quantos cientistas e inventores fantásticos, não morreram lamentando suas invenções, deturpadas e usadas para o mal?
Somos divididos e coagidos por discursos éticos morais ou pela visão empresarial do lucro.

pg 206 " As questões éticas passaram a depender totalmente de circunstâncias; não cabe mais nenhuma lei universal ou igualmente definitiva para todas as pessoas"

"As atuais teorias da justiça e da moral trilham caminhos próprios, de modo diferente da ética, deixando apenas espaço para certas éticas "especializadas". Habermas nos lembra que teremos de resolver se as novas e imensas margens de decisão que a tecnologia genética abre ao homem terão de ser exercidas segundo considerações normativas inseridas na formação democrática das sociedades em que se insere, ou de maneira arbitrária, regidas unicamente por preferências subjetivas individuais e pelas regras liberais de mercado. Ele acha que devemos encarar com responsabilidade o seguinte dilema: a idéia de que intervir no genoma humano é algo que precisa ser normativamente regulamentado , ou deixaremos as transformações ao sabor de preferências que devam depender de escolhas sem nenhuma limitação?

Esse é o grande desafio para a compreensão contemporânea de liberdade. Devemos garantir que a combinação imprevisivel de duas seqüências diferentes de cromossomos continue a determinar  o direito de vir a ser através da lógica da natureza? Ou aceitaremos que o arbítrio de alguém, que deseja um "design" apropriado de um novo ser, possa interferir nos fundamentos somáticos e na liberdade ética de uma outra pessoa que ainda não existe e não pode ser consultada?"

"A engenharia genética, com suas técnicas de seleção, acabará por funcionar como uma máquina de hierarquização social. E, se for socializada, produzirá padronizações. De uma forma ou de outra, todos os cidadãos terão por genitores ou co-genitores a ciência; ou, num caso mais extremo, um Estado totalitário que tutele e determine o perfil biológico de seus cidadãos. Éramos frutos do acaso e das probabilidades, uma espécie de loteria biológica que nos protegia contra a arbitrariedade. A partir de agora, terceiros poderão nos determinar biologicamente. Nós próprios, os únicos direta e essencialmente interessados, só poderemos saber dos resultados quando eles estiverem irreversivelmente impressos em nosso ser pelos códigos genéticos que alguém resolveu escolher sem nossa aprovação."

Para Habermas "ao descontente restaria apenas escolher entre o fatalismo e o ressentimento."

"É revelador desses novos dilemas fato ocorrido em 2005, quando um rapaz londrino de 15 anos conseguiu, após obstinada procura, rastrear seu pai anônimo doador de esperma enviando uma amostra de sua saliva para testes genéticos.... E acabou encontrando o doador verdadeiro, com quem fez contato amigável, ainda que este tivesse doado sob compromisso de anonimato. Esse fato é um pequeno exemplo ds complexidades psicológicas que a engenharia genética irá desencadear."

Isso posto, perguntas:

Qual Ministério controla as incontáveis clínicas de reprodução assistida?

Qual é a lei e as regulamentações pontuais sobre esse novo ramo de clínicas no nosso país?

Qual é a possibilidade de crianças assim produzidas venham a conhecer seus genitores biológicos?

Qual é o tempo definido para congelar embriões?

Qual é o destino de embriões não usados pelos genitores biológicos?

Estão garantindo as condições de manutenção de famílias com padrões religiosos, etnicos, culturais e escolares, poder aquisitivo para as novas crianças geradas por casais estéreis?

O livro "O Mito do Progresso" é uma preciosidade para nossa leitura, reflexão e tomada de decisões em aspectos de grande seriedade no curto, médio e longo prazo.

Para evitar que.... um dia, antes de 2030, cheguemos à tristíssima conclusão que, por omissão, leviandade, inconsequência, medo, covardia, falta de persistência e tomada de decisão nós nos abandonamos aos desígnios do deusdará. 

por Maria Lucia Zulzke, em 29 de setembro de 2009, 10:00am em S.Paulo - SP - Brasil

domingo, 27 de setembro de 2009

Auto - Engano - Eduardo Giannetti - Cia das Letras

Eduardo Giannetti dedicou esse seu livro para sua mãe, poeta e psicanalista.

Ele começa o livro, na primeira linha - "A natureza submete tudo o que vive ao jugo de duas exigências fatais: manter-se vivo e reproduzir a vida. Nada escapa. Do protozoário unicelular ao autodesignado Homo sapiens".

Se a psicanalista Yone e seu filho Eduardo Giannetti me desculparem pela ousadia da interpretação da dedicatória, talvez, seja a síntese do livro - qual ser humano mais amaria, incondicionalmente? E, o autor, não querendo cometer um auto-engano, dedicou seu livro à sua mãe. Porque, eu creio, antes dele (Eduardo Giannetti) existir, sua mãe já o amava, o desejava e o esperava!

Não existe, na minha experiência de vida, investimento mais aleatório, de maior entrega, de maior confiança na vida, de maior risco de retorno, do que conceber e amar, "no escuro", num ato da mais pura fé na vida, o ser que ainda será gerado e virá pela maternidade!

Este livro e outros do Eduardo Giannetti, eu adoro, de paixão!

Pergunto-me como é possível ser profissional, professor, cientista, mestre, educador, ter responsabilidade sobre outras pessoas, influenciar a vida e definir o destino de milhões de
pessoas, cidadãos e cidadãs sem refletir os conteúdos deste livro?  !

Deveria ser um livro para vestibulares, grupos de estudos, nas empresas, nos exames de defesas de teses, para cientistas, pesquisadores, para políticos ou quem se pretende representar grupos ou comunidades da população.

Meu exemplar está muito sublinhado e fico confusa em como selecionar o que gostaria de ressaltar.

O melhor é reler, inteiro, e isso devo fazer hoje e nos próximos dias, porque nesse processo de sobrevivência e competição, disputando recursos escassos, pois estou numa faixa de idade definida como do declínio da vida, eu preciso furiosamente me auto-enganar para continuar vivendo.

"Ele agirá impelido pela intensidade de suas carências, de um lado, e limitado pelo seu leque de comportamentos e pelas ameaças e obstáculos com que se depara, de outro."

pg 60 - "A sorte, sem dúvida, não é tudo. Talento, inteligência e força de vontade contam muito."

"O prodigioso Golias - um guerreiro gigantesco com armadura de bronze, capacete, escudo e lança terríveis - desafia para um combate a dois qualquer nobre ou soldado do exército israelita. Ninguém ousa: o moral das tropas desaba. Aparece um menino chamado Davi e aceita o desafio de enfrentar o terrível Golias. Todos duvidam e caçoam, mas ninguém o impede. Armado com cinco pedrinhas redondas, uma funda(versão primitiva do bodoque) e a fé inocente de que Deus está a seu lado, o menino Davi acerta a cabeça do gigante filisteu logo na primeira tentativa - não haveria outra! e derruba-o morto ao solo. O exército israelita recobra o ânimo, retoma a iniciativa e vence o inimigo (Samuel 1, 17).

pg 61 " Os erros do ser humano tornam-no digno de amor. O maior erro de todos seria jamais errar."

pg 81 - " Não há nada externo à nossa mente que corresponda às nossas expectativas subjetivas do que se passa nela. Nosso mundo não cabe no mundo."

pg 85 - " O mundo vivido por dentro, pertence a outro mundo. "

vivências internas -" ou seja, processos mentais que, por estarem ainda mais afastados de qualquer tipo de existência independente da experiência de quem os têm, nem sequer se prestam a uma hipotética projeção visual do que vai pela mente. A concepção científica de objetividade, em suma, condena o investigador a uma postura cognitiva que faz do objeto do conhecimento uma superfície vazia de experiência e destituída de subjetividade. Não há nada de errado com isso, é claro, até onde já se chegou e pode chegar. O problema é que o mundo em que vivemos - o mundo vivido por dentro - pertence a outro mundo."

pg 95 - " O relato expressivo feito por Montaigne a partir de sua própria experiência - Se falo de mim de diversas maneiras é porque me olho de diferentes modos. Todas as contradições em mim se deparam, no fundo como na forma. Envergonhado, insolente, casto, libidinoso, tagarela, taciturno, trabalhador, requintado, engenhoso, tolo, aborrecido, complacente, mentiroso, sincero, sábio, ignorante, liberal, avarento, pródigo, assim me vejo de acordo com cada mudança que se opera em mim. E quem quer que se estude atentamente reconhecerá igualmente em si, e até em seu julgamento, essa mesma volubilidade, essa mesma discordância. Não posso aplicar a mim mesmo um juízo completo, simples, sólido, sem confusão nem mistura, nem o exprimir com uma só palavra." Nada é igual a nada. O colorido é particular, mas o problema enfrentado por Montaigne é universal. O autoconhecer modifica o conhecido....

pg 97 " Ao ouvirmos uma voz gravada, por exemplo, qualquer que ela seja, a eletricidade conduzida pela pele aumenta. Ao ouvirmos nossa própria voz gravada...."

Um bom domingo. Dia de 27 de setembro de 2009, ensolarado, brilhante, chegará talvez a 30 graus celsius, o céu está azul em S.Paulo - SP - Brasil, além de andar um pouco no parque, ficarei horas na ótima companhia deste livro. 8:40 am.

sábado, 26 de setembro de 2009

As novas passagens masculinas - Gail Sheehy - editora Rocco

Este livro foi escrito pela autora pensando e estudando homens na sua vida adulta, com todos os seus problemas de afetividade, competitividade, mercado de trabalho, casamento, sexualidade etc.

Foram realizadas centenas de pesquisas, com a ajuda de organizações, especialistas e universidades.

Ela trata de temas delicados como os aspectos econômicos na meia idade, como simplificar a vida, o que abrir mão, realizar sonhos projetados e não concretizados.


A autora lembra que, se o poder não é duradouro, a influência na sociedade pode continuar. Trata da crise da vaidade, do medo de perder os cabelos, dos fracassos nos negócios etc.

E ela ressalta - Não se aposentem - Redirecionem! Pessoas saudáveis não precisam pendurar as chuteiras. A palavra aposentar traz uma conotação negativa  - desistir, retirar, despedir, ir para a cama, segregar....

Não se aposentar mas redirecionar a vida, torna-se uma forma de buscar um novo mundo.

Importante: apesar do livro ter sido escrito para o público masculino, profissionais mulheres, que foram as responsáveis por sustentar suas casas durante sua vida ativa, pagaram pessoalmente os financiamentos de casa, de carros, de estudos e viagens, criaram filhos, enfim, que tiveram na sua vida profissional a base de sua vida econômica podem encontrar também excelentes reflexões no livro.

É sabido e divulgado que, os homens, raramente ficam sós e obtém facilmente ajuda ao longo de sua vida - mãe, esposa,  avós, secretária, filhas, namoradas, amigas, parentes são mais presentes na vida dos homens do que apoiadores de outras mulheres, porém, muitas vezes, os homens precisam aprender a pedir ajuda quando ficam sem recursos para dar conta dos problemas dos 50, 60 anos.

A autora também ressalta que, um dos fatores de sobrevivência  e bem estar dos homens, é estar casado. A chance de viver mais é maior no grupo de homens casados do que sozinhos.

Apresenta sugestões de Estratégias de Sobrevivência quando se perde o emprego, o que por si só amplia bastante o número de leitores e leitoras que podem se beneficiar da leitura.


por Maria Lucia Zulzke, em 26 de setembro de 2009, em S.Paulo - SP - Brasil

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Passagens - crises previsíveis da vida adulta - Gail Sheehy

Encontrei um outro aspecto importante no livro que não ressaltei ontem  - trata-se da passagem de magnatas empresariais ao setor de filantropia e "mentoring".

" Os problemas da generatividade"  - Para cada magnata que se transforma em filantropo e todo executivo que passa a desempenhar o papel de mentor, há dezenas de gerentes de escalão intermediário que acreditam que, se não forem capazes de manter sua percentagem no mercado, não prestam para nada.

Depois de tanto tempo medindo seu próprio valor segundo as demonstrações de perda e lucros, internalizaram todos os valores do sistema empresarial.... Por trás de seu pára choques protetores, suas rebeliões frustradas, a maioria dos gerentes de escalão intermediário sabe que custam um vintém a dúzia.

Homens mais jovens não são anjos a serem ensinados; são também uma ameaça. Esse conflito de generatividade é acompanhado pelo medo de correr mais riscos e da abominada falta de heroismo que a cada dia deixa atrás de si mais sinais desse medo....

"A coragem para uma mudança de carreira - No entanto, para muitos executivos há nesse tipo de ajustamento muita coisa que implica fracasso e obsolescência. Podem desejar sair, mas muitas vezes acham dificil passar para um trabalho de menos prestígio........ Quanto tempo realmente leva para um gerente intermediário realizar tal mudança é outra história.

....Os temores são de estagnação. Esses homens são pessoas fanatizadas pelo trabalho. Possuem uma coisa que conhecem muito bem e na qual trabalharam. Parar e mudar para outra coisa é muito duro."


por Maria Lucia Zulzke, em S.Paulo - SP - Brasil, em 24 setembro 2009, 11:35am

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

"Passagens - crises previsíveis da vida adulta", por Gail Sheehy

Tenho esse livro há muitos anos. A versão brasileira saiu em 1979 e é uma espécie de guia para elucidar os desafios, dificuldades e etapas que acompanham as nossas fases de crescimento e amadurecimento, a fase adulta - entre os 18 e os 50 anos, centro da vida, época de desenvolvimento e oportunidades.

Pessoas apresentam problemas? Hoje, crianças, adolescentes, adultos com dificuldades recebem rótulos inúmeros - doença do TOC, transtornos inúmeros, bipolaridades, demência e tantos outros termos que geram discriminações e desqualificações dos seres humanos.

Uma ironia da sociedade que devemos ficar muito atentos: os "vencedores" na concepção e receptividade pública e no sucesso financeiro, podem se dar ao luxo de serem bagunceiros e encrenqueiros, e briguentos. Recebem um rótulo bonito no julgamento popular  - são hiperativos!

Um outro aspecto importante na avaliação das fases das pessoas - quão mais presos às tradições, controles, ou porque nascem muito ricos e donos de poder social, e gozam de grande estabilidade social, desfrutam de prerrogativas das quais serão privados os com menos condições intelectuais e econômicas.

A autora, embora tendo escrito o livro numa época diferente da atual, começa no capítulo primeiro com o relato de seu colapso nervoso aos trinta e poucos anos. Ela sofre um trauma imenso numa fase feliz e produtiva de sua vida. Estava conversando com um rapaz na Irlanda do Norte e uma bala de verdade destruiu o rosto do rapaz! Não era cinema, nem teatro e nem literatura ou arte. Era um dado da realidade que a alteraria!

nas páginas 10 e 11 ela descreve a desintegração da mente de uma senhora ativa e alerta, diante de uma perda irreparável - ela relata, também, experiência pessoal imaginando-se doida, diante de sua própria morte. Precisamos lutar e assimilar nossas deficiências e o lado destrutivo do mundo.

As pessoas não entendem as razões que levam outras pessoas a não superar dificuldades. São inúmeras as razões que fragilizam seres humanos e é muito mais fácil rotular e excluir.

Para quem não quer ser vítima dos autores de rótulos e carimbos de personalidades, esse livro ajuda muito! São inúmeros os núcleos onde precisamos organizar nossas vidas, são inúmeros os núcleos acolhedores ou, pelo contrário os núcleos julgadores, redutores e castradores das nossas potencialidades.

Essa autora querida, com seu livro, nos estende as mãos para atravessarmos mais uma etapa nova e única de nossas vidas. Visões distorcidas de envelhecimento e solidão ou, sistemas que insistem em vender a imagem da juventude eterna, deixam os seres comuns se sentindo "restos humanos" e se sabe que são procedimentos de manipulação psicológica deliberada, que tem como objetivo final induzir ao consumo - come-se muito para reduzir a ansiedade, usam-se remédios e outras muletas para superar o que poderíamos encaminhar de forma mais amorosa, quando entendemos o núcleo de cada um de nós.

Trechos do livro:

"os louros são reservados a realizações externas e não as internas"

"Todos nós temos aversão a generalizações, por julgarmos que elas violam o que cada um de nós tem de singular. No entanto, à medida que envelhecemos, mais nos tornamos conscientes da universalidade de nossas vidas, como também de nossa solidão essencial como navegadores na jornada humana.... A generalização me assustava cada vez menos. Reli uma observação de W.Carter com uma mistura de divertimento e aprovação: Só há duas ou três histórias humanas, que se repetem furiosamente, como se nunca tivessem acontecido antes".

"A sociedade oferece pouco apoio às pessoas que se desviam do rumo familiar de desenvolvimento. O disse-me-disse os transforma em pessoas "diferentes" porque elas desafiaram a sabedoria convencional e ameaçam o resto do rebanho."

"As pessoas ficavam perplexas com esses períodos de abalo. Tentavam relacioná-los com acontecimentos externos em suas vidas, mas não havia nenhuma constância nos acontecimentos que culpavam, ao passo que havia uma notável constância no tumulto interior que descreviam."

"O segundo objetivo seria comparar os rítmos de desenvolvimento de homens e mulheres. Logo se tornou gritantemente óbvio que o andamento do desenvolvimento não é sincronizado nos dois sexos. As fases fundamentais de expansão que conduzirão uma pessoa, com o tempo, ao pleno florescimento de sua individualidade são as mesmas para os dois sexos. Mas, raramente, homens e mulheres estão lutando com as mesmas perguntas na mesma idade."

Capítulo 18 - Dante Alighieri, na abertura da Divina Comédia: " No meio da viagem de nossa vida, encontrei-me numa floresta escura onde havia perdido o caminho. Ah, como é dificil falar daquela floresta, selvagem, rude e tensa, cuja lembrança renova meu medo. Nem a morte é mais horrenda."


Dante escreveu essas palavras em seu 42 aniversário.... era um idealista apaixonado aos 35 anos, casado com uma dona de terras e pai de vários filhos, e tinha sido eleito um dos principais magistrados de Florença. Tentou julgar com justiça em meio a violentas lutas políticas. Mas em 1302, Dante foi condenado in absentia por se recusar a reconhecer a autoridade do Papa em assuntos civis. Era uma transgressão da qual ele se orgulhava e de que não se arrependia. Rejeitou as regras "deles" em favor de sua própria autoridade. Em consequencia disso, seus bens foram confiscados e Dante foi banido de sua cidade natal.


Acontece que Dante começou a vaguear pelas aldeias e bosques da Itália, a "floresta escura" de que ele fala. Naquela floresta, face a face com os demônios com que todos nós nos confrontamos nesse período, ele lutou com divisões terríveis dentro de si mesmo."


"Ao assumir o papel de peregrino na Divina Comédia, ele representava o homem comum. E escolheu não um santo, e sim um pagão para o conduzir através do inferno. Para ele, renunciar ao mundo, como faz um religioso, seria negar grande parte de si mesmo, e para tanto ele era um poeta orgulhoso demais" ...

"A meia idade é definitivamente uma época para se ter um saudável respeito pela excentricidade. Isso só é possível quando vencemos o hábito de tentar agradar a todo mundo, o que parece acontecer tardiamente para muitas mulheres.... Quero que algumas pessoas gostem de mim, e basta."

O livro é volumoso, quase 500 páginas de estudos mostrando inteligência, delicadeza, pesquisa, espírito de investigação e cultura ampla. A autora realizou 115 entrevistas e fez o trabalho com bolsa da Fundação Alicia Petterson para estudar o desenvolvimento adulto.

por Maria Lucia Zulzke, em S.Paulo - SP - Brasil, em 23 de setembro de 2009, às 12:50pm

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Histórias de Um superconsumidor " por Marcos Dessaune

Livro pela Editora Fundo de Cultura. O autor é advogado, comunicador e foi um grande sucesso como vendedor exclusivo de pianos austríacos no Brasil! Dedica-se à música clássica, desde a infância. Estudou, nos Estados Unidos, sobre qualidade de serviços e atendimento ao consumidor.

Creio que o mundo iria funcionar melhor, se fosse "passado a limpo" pelo crivo do autor e de pessoas exigentes como ele.

Para alguns, ele poderia ser do tipo "não levo desaforo para casa" mas ao contrário de quem pensa ganhar no grito, ele parece que não  explode, mas persiste, insiste, registra, escreve e publica. Usa a internet como seu campo de mediação.  

Ele fez do seu "ser" e "estar" no mundo, o seu laboratório de aprendizados e, por meio do poder do Direito e da imprensa, onde conta com admiradores, extrai conceitos para avançar no campo das suas propostas.

Neste seu livro, ele relata inúmeras experiências: num cartório, num banco com alguns profissionais da área financeira, com planos de saúde, na tentativa de ouvir música clássica com sua filha, ainda bebê, numa sala  pública de concerto, com a falta de troco no varejo, numa vara judicial, e em muitos outros espaços públicos  e comuns, partes da vida de cidadãos(ãs) civis.

Transcrevo, a seguir, parágrafos da Introdução do seu livro:

" Ouço frequentemente que os problemas de consumo em que me vejo envolvido - produtos com defeitos reincidentes, serviços pessimamente prestados, práticas abusivas etc - só acontecem comigo. Não é verdade. Eles ocorrem com todo mundo, porém as pessoas têm níveis diferentes de percepção, de tolerância e de reação. Pela minha formação acadêmica e prática profissional, creio estar "mais alerta" para detectar falhas e abusos dos fornecedores em geral. Além disso, como conhecedor dos próprios direitos, imagino ter uma reação "mais indignada" e de "cobrança efetiva" daquilo que considero ser justo, ético e lícito...."


por Maria Lucia Zulzke, em 18 de setembro de 2009, em S.Paulo - SP - Brasil, às 9:20hs

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ame-se e Cure Sua Vida - Louise Hay - editora Best Seller



pg  27 - " Todos têm uma criança interior. Em muitos de nós, essa criança interior está perdida e solitária, sentindo-se profundamente rejeitada.


É possível que ao longo dos anos você só tenha entrado em contato com ela para repreendê-la e criticá-la. Não podemos rejeitar uma parte de nós mesmos e continuar em harmonia interior. É por isso que às vezes somos infelizes. A cura depende também de se juntar todas as partes de nós mesmos para podermos nos tornar inteiros e completos."

Escrevi poesia simples, mesmo sem rimas para a "criança interna" pois iria precisar aprender tanto sobre tanta coisa do presente e do futuro que eu jamais vivi.

por Maria Lucia Zulzke, em 16 de setembro de 2009, às 10:23 am, em S.Paulo - SP - Brasil

terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Por favor, não me ame!"

Este livro de José Roberto Rocha, da editora Gente, chamou-me atenção pelo título. Como poderia alguém não querer ser amado(a) se todos (as) parecem procurar amor ?!

O "amor", afinal, em muitos casos,  na maior parte das sociedades disfarça sensações como desejo físico, necessidade de companhia, vaidade, desejo de ostentar "um troféu" e por isso acorrenta, abafa, tolhe, controla, coloca limites, define expectativas, modelos etc.  Para alguns homens e mulheres tem um peso imenso! 

Mesmo que digam que os filhos nasçam para serem livres..."Seus filhos não são seus filhos...."

Ao longo do livro, que é curto mas denso, 134 páginas para se pensar  - vai-se entendendo e acompanhando o raciocínio do autor  que é mineiro, cursou o colégio científico mas conseguiu diversificar para as artes e ser autor de peças teatrais, ator e músico. Jornalista, estudou na Espanha, trabalhou em empresas de comunicação e programas jornalísticos em alguns países da Europa.

Um de seus parágrafos " ... no amor nada se controla. Não existe espaço para acertos de contas. Não há como contabilizar ou medir os sentimentos. É impossível avaliar lucros e perdas,  frequente balanço do "dar e receber". No amor não devemos nos manifestar assim. A intenção cega de agradar e de ser agradado deve ser repensada e substituída pela livre fluência de nossos afetos. O comportamento de quem ama e quer ser amado passa obrigatoriamente pela espontaneidade das atitudes.

Por essas águas turvas é preciso navegar com todo o cuidado e leveza, equilíbrio e moderação. O fogo e a incandescência são elementos da paixão e do sexo, não do amor. Não podemos possuir o ser amado e nem guardá-lo para nós, privando-o do mundo, dos amigos e da vida."

por Maria Lucia Zulzke, em 15 de setembro de 2009, às 10:55am em S.Paulo - SP - Brasil.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Dewey - um gato entre livros - Vicki Myron - editora Globo

Animais não atraíam nossos afetos até que.... um gatinho, pequeno, mal cabia na palma da mão, começou a fazer parte das nossas vidas.

Com meses de idade, fez uma queda livre do 8 andar e caiu sobre a folha de uma palmeira, no térreo do prédio. Quebrou a folha da palmeira e pousou  no chão. Foi recuperado sem nenhum arranhão. Ficou dias traumatizado, sem coragem para arriscar, mas depois voltou ao "normal".



                    este é o gatinho que nós tanto gostamos e aprendemos a entender sua maneira de ser
Essa "bola de pelo" - o gatinho da foto acima, nasceu em S.Paulo - é o gatinho carinhoso, macio e temperamental que convive conosco. Não gosta que a gente espirre ou tussa perto dele. Fica assustado e corre longe, sem nunca ter sido orientado sobre a gripe suína. Não suporta ruidos fortes! Mia diferente em cada situação.

O livro "Dewey" , da editora Globo, é para quem quer se apaixonar por algum gato ou já é apaixonado(a) e quer ler páginas deliciosas sobre o gato de Iowa, que ama a companhia de livros e adotou a biblioteca da cidade como seu lar.

O livro começa assim -  "Existe uma planície de mil milhas no meio dos Estados Unidos, entre o rio Mississippi, a leste, e os desertos do oeste....

"Que impacto pode causar um animal? Com quantas vidas um gato pode se envolver? Como é possível que um gatinho abandonado transforme uma pequena biblioteca em local de reunião e atração turística, inspire uma clássica cidade norte-americana, una uma região inteira e acabe se tornando famoso no mundo todo? Você não conseguirá responder essas questões até ouvir a história de Dewey Readmore Books, o amado gato da biblioteca de Spencer, Iowa.

Estamos chamando-o de Dewey. Em homenagem ao Sistema Decimal de Dewey. Porém ainda não decidimos sobre um nome de verdade."
por Maria Lucia Zulzke, em 11 de setembro de 2009, às 10:10am em São Paulo - SP - Brasil.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

" As Brasas" - Sándor Márai - Cia das Letras

Quando estamos experimentando uma culinária diferente e que nos agrada muito, queremos voltar aos pratos preferidos e passamos dias repetindo receitas prediletas. Alguns paladares são assim e alguns sabores são assim. Outros, não queremos repetir jamais! Desagradáveis, fazem-nos mal!

Com bons livros é quase o mesmo que acontece. Como ler depressa este livro? Volto ao mesmo parágrafo várias vezes, releio, fecho o livro e volto - são palavras simples, unidas numa frase, e fazem a diferença " Vejo o instante em que o apresentei a meu pai no jardim do colégio. Ele o aceitou como amigo, porque você era meu amigo. Não confiava sua amizade a qualquer um. Falava pouco, mas podia-se confiar no que dizia, até a morte. Lembra-se daquele instante? ......meu pai apertou sua mão. Você é o amigo de meu filho? disse 'Honre esta amizade' Creio que para ele não havia nada mais importante que a honra. Está me ouvindo?"

pg 89 - " Porque existe uma verdade baseada nos fatos. Aconteceu isto e aquilo, neste ou naquele momento. São coisas fáceis de estabelecer. Os fatos falam por si, como se costuma dizer, e no final da vida todos os fatos, postos lado a lado, lançam acusações e clamam às escâncaras, com mais força do que um condenado submetido à tortura. Não pode haver equívocos sobre o que aconteceu.....Não pecamos só pelos atos, mas também pela intenção que nos leva a executar determinados atos. A intenção é tudo. Os grandes códigos  jurídicos de inspiração religiosa do passado, que consultei, declaram explicitamente: um homem pode aviltar-se por infidelidade e por atos infames, sim, também pode tocar o fundo, cometer homicídio, e no entanto conservar sua pureza interior. O ato ainda não corresponde à verdade. É uma simples consequência. .... o fato ... é fácil estabelecer, o motivo, não. Creia.... examinei todas as hipóteses que pudessem me ajudar a entender a razão desse seu passo incompreensível."

por Maria Lucia Zulzke, em 10 de setembro de 2009, às 13:30 hs em S.Paulo - SP - Brasil

terça-feira, 8 de setembro de 2009

"As brasas" - livro de Sándor Márai - Cia das Letras

É um romance sobre a lealdade e amizade entre homens, durante décadas.

O tema central é o mundo masculino. O tema secundário, a disputa do amor de uma mulher. 

Não importa o país, a época, ou os envolvidos num "triângulo amoroso" quando são sentimentos humanos.


"Ninguém pode se apropriar impunemente de uma pessoa, subtraindo-a de todas as outras."


pg 83 - "Mas o pior é sufocar dentro de si as paixões que a solidão acumulou. Quem faz isso não foge de lugar nenhum, não mata ninguem. Então, o que faz? Vive, espera, mantém sua vida bem organizada....  Espera e só. Espera o dia ou a hora em que mais uma vez poderá conversar com a pessoa ou as pessoas que o reduziram a essa condição; conversarão sobre as razões que o obrigaram a essa solidão."







por Maria Lucia Zulzke, em 08 de setembro de 2009, às 11:00 am, em São Paulo - SP - Brasil

domingo, 6 de setembro de 2009

'"Sem Sangue" - Alessandro Baricco - Cia das Letras







                                   foto na Flip 2008 - julho - Paraty, Brasil

Alessandro Baricco é um escritor italiano, renomado, tem escrita enxuta, temas europeus, mas dramas e conflitos presentes em todas as culturas.

Nesse seu livro, as marcas da "guerra" revelam-se ao longo de décadas. Em "Sem Sangue", a guerra poderia ter acontecido em qualquer país, em qualquer tempo e suas marcas persistem visíveis ou invisíveis, nos corações.

Como escreve o autor, quem decide pela "guerra" considera a luta legítima para "construir um mundo melhor" mas, a maioria sofre e não tem direito à defesa.

E, será que o "mundo fica melhor?"

Nesse livro, olhares e ouvidos inocentes são testemunhas dos infortúnios de sua família nuclear.


"Muitos anos depois, haverá um encontro fortuito entre uma senhora e um vendedor de bilhetes de loteria. Mas não se pense em bilhete premiado nem sorte grande. Mais uma vez, o desfecho que parece óbvio driblará as expectativas, pois o destino reservou surpresas ao encontro dos protagonistas com seus próprios fantasmas."

"Para quem sofreu suas crueldades, quando se pode dizer que uma guerra chegou ao fim? E os nobres ideais podem justificar a violência?"

" O autor, nascido em Turim, é pianista de formação, graduado em filosofia e foi crítico de jornais e televisão."


por  Maria Lucia Zulzke,  em São Paulo - SP - Brasil,  em  6  setembro  2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Comédias da Vida Privada - Luis Fernando Verissimo

Quem não conhece esse autor? E, seus tipos inesquecíveis? O Analista de Bagé e a ingênua Velhinha de Taubaté?

"Nesse livro ele traz o território da classe média, a complicada engenharia familiar, as fidelidades, infidelidades, as mesas de bar, as angústias, o trágico e o cômico combinados na estranha sinfonia do cotidiano, casais, salas de jantar onde são decididos destinos com a televisão ligada...."

             Férias

"- Praia - gritou a filha.
- Serra - gritou o filho.
- Quintal - sugeriu o pai, pensando na crise.

A mulher tinha um sonho fazer um cruzeiro num transatlântico de luxo. Só uma vez na vida. Noites de luar no Caribe. Drinques coloridos à beira da piscina. Lugares exóticos com nomes românticos.
- Galápagos...
- Barbados...
- Falidos...
- Fal... como, Falidos?
-É o que nós ficaríamos depois de uma viagem destas. Você sabe quanto custa? "
.......................................
São 101 crônicas escolhidas e muito bem humoradas.
Editora L&PM, Porto Alegre, edição 1996.

por Maria Lucia Zulzke, em 03 de setembro de 2009, às 10:30am, em S.Paulo - SP - Brasil

terça-feira, 1 de setembro de 2009

"O último judeu" - uma história de terror na inquisição

É um dos romances de Noah Gordon, editado pela Rocco. Há citação ao início de agosto de 1489.

O conteúdo é fascinante, a leitura envolvente e a trama não me deixa parar. A todo momento vem a pergunta angustiante: o holocausto, então, não foi uma construção pontual do século 20? 
A "humanidade" seria repetitiva e cíclica?

Alguns dos ingredientes do terror e das raízes da intolerâcia são:

1)escolhido um público alvo;
2)comportamento é estudado;
3)hábitos e rituais são perseguidos;
4)estimulada a denúncia;
5)fontes de renda e da sobrevivência financeira são cortadas;
6)exclusão social;
7)membros de uma mesma família são levados ao isolamento

É um romance.

Escreveu, Gilberto Dupas, em artigo sobre "As raízes da intolerância" - jornal "Estado de São Paulo", Espaço Aberto, em 8 de fevereiro de 2003  "A exacerbação da intolerância, disfarçada por uma falsa retórica de valores absolutos, que leva à tentativa de imposição de normas e práticas, desenvolvendo comportamentos comunitários agressivos."

"Se conseguirmos despolitizar as religiões e tratá-las como minorias da comunidade política - e não transformá-las em razões de Estado ou alimento para o preconceito ....."

"Cabe aos mais poderosos o exemplo primordial de tolerância. Quem está em posição de tolerar é quem detém o poder de esmagar, mas decide não o fazer. Não tem sentido pedir aos vencidos que tolerem os vencedores.... a hegemonia se transformará em tirania."

O artigo de Gilberto Dupas, publicado no jornal O Estado de São Paulo, quando presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais, é atual, ainda que escrito em 2003. Fica a dúvida: ele conhecia ou pressentia?

 Maria Lucia Zulzke, em São Paulo, dia 01 de setembro de 2009, às 11:00 am