segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Gerenciando na velocidade da mudança - Daryl R. Conner - IBPI Press

Este livro é usado nos meios empresariais, por executivos, gerentes, consultores etc. Eu tenho um exemplar há um bom tempo - edição de 1995. Eu usava os ensinamentos do livro em cursos, seminários e  aulas. Inclusive, também, para tentar entender o que eu sentia frente a mudanças muito grandes, assustadoras, doloridas e drásticas na vida pessoal. 

Continuo respeitando o autor mas, desde 1995, eu coletei informações e observações sobre mudanças e concluí  que a maior parte das pessoas resiste às mudanças.

E queremos mudar o que não está bom.... é difícil e  não gostamos de mudar quando estamos felizes e vivendo bem.

Profissionais, há décadas, fazem o mesmo programa na mídia, são apresentadores do mesmo canal e do mesmo estilo de trabalho, estão encantando várias gerações de uma mesma família, eles iriam querer mudar? querer pendurar as chuteiras e ir para casa fazer crochê ou arrastar chinelo sem motivações?

E, nós, telespectadores, adoramos apresentadores, os jornalistas, quando eles nos são simpáticos - gostamos da voz, da forma com que comentam, das suas pausas, que às vezes confundimos e pensamos que nos são íntimos.

Muitos são os mesmos, desde a década de 80, na nossa televisão! E queremos que continuem!

Quando estamos bem, num bom ambiente, queremos mudar? A não ser que seja para manter tudo isso e conquistar algo mais.

Mas quem está trabalhando, no mercado, precisa ficar atento e mudar com velocidade, como diz o autor, pois a concorrência, a competição e a busca do lucro faz com que os executivos não se coloquem limites.


Curioso é por qual razão insistem para que mudemos nosso estilo pessoal, se não diz respeito a essa pessoa ou, não convivemos com a pessoa em questão. Por qual razão pessoas controlam e pressionam outras ?


O autor explica a relação humana com a mudança, as quebras das expectativas, os relacionamentos destrutivos, as fases da resistência às mudanças. É um excelente conteúdo profissional e pessoal, basta fazer a ponte dos conceitos.

pg 53 - "as estruturas que desconhecemos nos mantém prisioneiros"  - do livro Fifth Discipline, de Peter Senge, - "somente compreendendo como se relacionam certas variáveis de nossas vidas e como elas influenciam nosso comportamento durante uma transição é que atingiremos, um dia, nossa velocidade ideal de mudança."

pg 178 - Previna-se e evite uma situação ganha-perde, é ruim quando acontece, os conflitos aumentam. 

- Adiar julgamentos negativos
- Demonstrar empatia, compreensão para com os outros
- Valorizar a diversidade
- Integrar, favorecer a sinergia, tolerar a ambiguidade

Todo ser humano tem interesse pelo conforto e, ser maleável pode ser um problema. Patrocinadores, agentes querem determinar todas as respostas num mundo incoerente. 

A mente é capaz de processar dados rapidamente, as máquinas são ágeis, mas isso não acontece com nossas preferências pessoais e nem nossas emoções.

A psique humana é muito complexa e seria arrogância subestimar os impactos emocionais de mudanças profundas, perdas pessoais, ainda que intelectualmente estejamos preparados para as mudanças.

Maria Lucia Zulzke, em 30 de novembro de 2009, às 8:10 am, em S.Paulo - SP- Brasil

domingo, 29 de novembro de 2009

Receitas Preferidas de Maria Lucia Zulzke






2009





uma das receitas que faço brincando - receita bem antiga - com amendoim


                       
                          alô!  foto quando visitei o centro de atendimento da General Electric
                                                               USA - década de 90

Como usar esse material que preparei?  Receitas Preferidas de culinária, simples, gostosas e nada excepcionais.

Como eu não sou culinarista, não sou cozinheira de profissão e nem foi meu objetivo entrar nesse ramo ou mercado, depois de selecionar as receitas e informações, aqui, nesse material.... não sei o que fazer agora. Ficarão restritas ao nosso uso doméstico.

Meses atrás, comecei a digitar as receitas que eu mais gostava e fazia em casa. Simples, caseiras, rápidas e que agradavam meu paladar e de minhas filhas. Nutritivas, saudáveis.

Depois que minhas filhas cresceram e ficaram independentes perguntavam como cozinhar uma coisa ou outra e... assim, as receitas precisavam ser organizadas. Foi o que fiz.

Pela primeira vez na vida, sobrava tempo nos meus dias e passei a organizar um livro de receitas de culinária e passei a explicar sobre higiene na cozinha, alertar contra os "vilões" da cozinha.

Não há nada de mais nessas receitas mas evidencia a família simples em que fui criada, família operativa, pais trabalhadores, mãe rigorosíssima, estudos intensivos e... uma culinária básica brasileira com alguns pratos de sabor mais requintado. Fazer o "bolinho de chuva" com tanta simplicidade e dar certo agrada qualquer criança! Preparar o risoto com gim e ervas para Natal é receber elogios na certa! Dicas do programa Mais Você, da Ana Maria Braga...

Com tanto tempo livre que acabei tendo a partir de 2006, sem tantas consultorias, com as filhas distantes, sem ambições pessoais ou patrimoniais, com poucos lugares no mundo a pulsar de saudades, organizar um pouco da cultura culinária da minha casa no século 20 ajudou a ocupar bem meus dias ociosos.

As ilustrações e diagramação foram feitas pela Milena Zulzke Galli, minha filha mais velha, site www.milenagalli.com, onde podem ser vistos seus trabalhos mais significativos como designer.

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Com bem mais de 50 anos, eu me dei conta que nunca havia parado dentro de casa por mais do que o período de férias ...

Maria Lucia Zulzke, em 29 de novembro de 2009, às 13:00 hs em S.Paulo, S.P - Brasil


sábado, 28 de novembro de 2009

Histórias para Aquecer o Coração das Mães - Sextante Editora



Este livro, como dizem os autores, deve ser lido aos poucos, degustado como um vinho da melhor qualidade.

Em pequenos goles, as histórias de mães e filhos, alimentam os corações de modo diferente.

Cada história apresenta um significado especial e, se não percebemos nos momentos em que a vida está muito acelerada de trabalho, preocupações, cuidados, ambiguidades, atropelos, dúvidas, aliás rotina para quem diretamente cuidou dos filhos, acompanhou, levou para escola, médico, orientou,  um dia o quebra-cabeças parece se encaixar e uma bela paisagem, um belo quadro se manifesta.

A vida de um filho ou de uma filha é delicada como um botão, como o desabrochar da flor, como o desenvolver dos frutos, como floradas formando um todo.

                       Maria Lucia Zulzke, em 28 de novembro de 2009, em S.Paulo - SP - Brasil, às 7:35 am

Histórias para Aquecer o Coração das Mães - Sextante Editora


Pequena, gostava de ler livros infantis, muitos, e ver revistas. Pedia-me que lesse para ela antes de dormir. Agora, escreveu seu primeiro livro infantil sobre preservação de florestas e alguns conceitos de consciência ecológica, reciclagem, coleta seletiva etc da Editora Paulus - "Histórias que se escondem na floresta"


Quando,  em 2003, no Dia das Mães, em 12 de Maio, eu ganhei esse belo livro "Histórias que aquecem o coração das mães", coordenado por Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, de minha filha, Fernanda, com uma dedicatória, para que eu lesse quando precisasse de palavras acolhedoras e doces, quando precisasse de histórias para aquecer meu coração, jamais eu poderia imaginar que voltaria ao livro no dia 28 de Novembro de 2009.

Neste dia, sábado, é ela, minha filha caçula, Fernanda Zulzke Galli, que aquece meu coração com sua história, ao lançar seu pequeno e primeiro livro para crianças.

Espero que ela persista como professora infantil, continue compartilhando ternura com seus alunos e leitores, bons ensinamentos.
Maria Lucia Zulzke, em S.Paulo - SP - Brasil, em 28 de novembro de 2009, às 7:35am

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"Tomar a vida nas próprias mãos" - GUDRUN BURKHARD

 Fotos auxiliam na recuperação da biografia, para apoiar a metodologia do livro.

Por exemplo, coloco fotos pessoais, da trajetória profissional :


carteirinha de estudante
Unicamp - Engenharia de Alimentos - 5 anos  de estudos intensivos! 
foto com 20 anos de idade
   após 42 anos - consultoria própria e treinamento de profissionais 
é correto imaginar que eu já estaria entrando no outono da vida? será que a Dra. Gudrun precisará flexibilizar as faixas em que define as "estações" na vida das pessoas
e os homens, consultores, executivos, médicos, políticos, líderes sindicais também entram no outono da vida com 42 anos de idade - ficou-me esta dúvida a ser esclarecida...

Esse livro foi escrito por uma médica, co-fundadora da clínica Tobias, conhecida pela sua linha antroposófica em S.Paulo, no Brasil e exterior.

Atualmente ela está com 80 anos e muito ativa, dando palestras, como guru, em Santa Catarina, no início de novembro de 2009.

Existem cursos para se estruturar a própria biografia, como trabalho terapêutico e esse livro auxilia quem queira fazer essa retrospectiva de maneira independente.  

De acordo com a autora -  vitalidade e consciência -  são dois polos opostos, quando os estímulos externos reduzem-se, há geração de uma disposição fisiológica que permitirá se desenvolver a "alma da consciência". 

Analisar períodos de 7 anos, faz-se uma retrospectiva dos acontecimentos da vida e paralelamente, uma biografia da vida das pessoas que tiveram influência sobre nós - nenhum homem ou mulher é uma ilha!

Esse trabalho pode ser feito individualmente ou em grupos, e no livro, a autora fornece a metodologia. 

Importante, também, é discernir o que acontece pois é próprio da idade, o que é só nosso, individual, assim o que é repetitivo.

Verificar, por exemplo, que outras pessoas passam por acontecimentos semelhantes, em épocas similares, nos consola.

Relacionar comportamentos relacionados à uma determinada geração, por exemplo, ou cultura de país etc.

Além da própria biografia e estudo dos fatos marcantes, a autora recomenda que seja também feita a intersecção da biografia de pessoas com marcante interferência em nossas vidas.

Luz e sombra na vida de cada um, a cada época tons diferentes e, no final da vida, se possível, compor uma visão, uma música, uma sintonia.

A médica ressalta a importância de não se prender ao passado mas integrá-lo para viver o presente e nortear melhor o futuro. Não podemos negar o passado mas esse precisa ser elaborado para que não nos amarre e sim que nos libere.

De forma poética a médica define as fases da vida: 

pg 22 - "A primavera seria toda aquela fase na qual nós nos encorpamos, crescemos e amadurecemos fisicamente, até por volta dos 21 anos". "O verão, quando as plantas se expandem e atingem o máximo de sua vitalidade... corresponderia à fase expansiva da vida dos 21 aos 42 anos, aproximadamente. Já o outono, quando as cores se modificam... os frutos amadurecem... por volta dos 42 aos 63 anos de idade. Em seguida, entraríamos no inverno..." 

pg 24 -"Cada ser humano pode ser um jardineiro de seu próprio pomar para saber quando é a hora de plantar, adubar, regar e depois colher os frutos."

Mencionando um poema de Goethe, pg 25 -  "A alma do homem é como a água; do  céu vem, ao céu sobe, dele de novo tem que descer à terra em sua mudança eterna...."

Além da metodologia e de suas premissas espirituais, a autora irá orientar sobre o rítmo dos setênios que leva em conta planetas, a evolução do Cosmo e do homem. Cada setênio é mais relacionado a uma força planetária específica.

No capítulo IX, como trabalhar o presente, metas e objetivos para o futuro, para um balanço do desenvolvimento .

Quem ler vai querer se aprofundar e conhecer a autora.
Maria Lucia Zulzke, em 23 de novembro de 2009, às 9:48am, em S.Paulo - SP - Brasil.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

publicidade e promoção de livro infantil



foto na noite de autógrafos em 28 de novembro


O lançamento - livraria Saraiva - Shopping El Dorado - São Paulo
a partir das 16 horas                                                                                                 
Maria Lucia Zulzke, em 16 de novembro de 2009, às 12:45, em S.Paulo - SP - Brasil

sábado, 14 de novembro de 2009

I know it When I See it - John Guaspari - Amacom American Management Association

Não sei se esse livro foi comercializado no Brasil, em português.

Trata-se de uma história empresarial tão bem arquitetada, tão bem imaginada, sobre qualidade! É uma fábula sobre qualidade.

Como seria o idioma sem as pontuações, vírgulas, sem poder ter recursos visuais para demonstrar nossas emoções? E assim, foi criada a empresa - Pontuação Ltda -  muito bem sucedida, com ampla linha de produtos - ponto e vírgula, dois pontos, reticências etc.

A concorrência chega para a empresa com a disputa dos consumidores e como se comportavam os funcionários? Como era a qualidade das pontuações e a importância da sua qualidade e da fixação para que o texto pudesse expressar exatamente o que deveria, evitando erros, equívocos ou perdas das pontuações etc.

É uma fábula muito bem montada, uma leitura deliciosa que deixa imensa saudades da época - 1985.

Raramente eu sou saudosista, gosto de pensar o futuro, mas naquela época havia toda a boa fé do mundo para se fazer o melhor, cada um iria procurar fazer o melhor pois ansiávamos por liberdade política e, a concorrência mundial e internacional não desanimava tanto, na partida, com o afunilamento atual das riquezas e a desigualdade financeira cada vez maior, nos dias de hoje.

Lançada a fábula 24 anos atrás, quando saíamos do regime fechado no Brasil, quando as empresas estavam procurando abrir-se para o diálogo com os clientes, aprimorando a qualidade, agilizando os processos de comunicação com os públicos internos e externos.

Hoje, a concorrência mundial é tão brutal, tão intensa, tão sem rosto, capitais voláteis indo e vindo, de acionistas de qualquer parte do mundo, que não importa o desemprego, não importa quem irá ser cortado e excluído do mercado que fica difícil encontrar as respostas. Quais são nossos pontos fortes e competitivos, o que podemos ver na qualidade dos nossos informativos e comentários? 

Atualmente, a internet traz novas questões, precisamos decidir sobre produtos, discos e livros via web. Valem?  E como pagar direitos autorais? Quem se valerá?  Como sobreviver na exclusão do trabalho? Quem pagará direitos autorais pelo material da web? Como medir conquistas e vitórias?  Quem é o concorrente? 

O livro " I know it when I see it" lançado em 1985 é focado em produção,  qualidade, trabalho de equipe, consumidor - para produtos concretos e físicos.

É um texto de condução muito inteligente - "Só Vendo para Crer" - na tradução do título pelo Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais - IMAM, em 1989.

Maria Lucia Zulzke, em 14 de novembro de 2009, às 13:50, em S.Paulo - SP - Brasil

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Assédio Moral - Marie France Hirigoyen - Bertrand Brasil

Jogos? concorrência? negócios? disputa? mundo real? imaginação? darwin? conflito de interesses? dinheiro? doença? ganância? ambição desmedida? competência? hábitos e técnicas concorrenciais?  incompetência? luta dos gêneros? sobrevivência do mais forte e sem limites? guerra de poder? dominação do mais apto? do mais esperto? ... esse é mais um livro "soco no estomago" porém, ler é preciso! Espécie de observatório do "planeta animal" povoado por.... animais racionais.


pg 79 - Isolar - "Quando alguém decide destruir psicologicamente um empregado, para que ele não possa defender-se, é preciso primeiro isolá-lo, cortando as alianças possíveis....

Por insinuações ou por preferências ostensivas, provocam-se ciúmes, jogam-se as pessoas umas contra as outras, semeia-se a discórdia. O trabalho de desestabilização é feito, assim, por colegas invejosos, e o verdadeiro agressor pode dizer que ele não tem nada a ver com isso...Deixar em quarentena é algo muito mais gerador de stress do que sobrecarregar de trabalho, e torna-se um processo destruidor. Os dirigentes sentem-se à vontade para servir-se deste sistema com o fim de levar à demissão alguém de quem não mais necessitam."


pg 80 - Induzir ao erro "Um meio bastante hábil de desqualificar uma pessoa consiste em induzi-la a cometer uma falta não só para criticá-la ou rebaixá-la, mas também para que tenha uma má imagem de si mesma. É muito fácil, com uma atitude de menosprezo ou de provocação, levar uma pessoa impulsiva a um acesso de cólera ou a um comportamento agressivo, observável por todos, para poder dizer em seguida: Vocês viram, esta pessoa é completamente louca! Ela atrapalha o serviço."

pg 80 - Assédio Sexual - "Não se trata tanto de obter favores de natureza sexual quanto de afirmar o próprio poder, de considerar a mulher como seu objeto (sexual). Uma mulher assediada sexualmente é considerada por seu agressor como estando "à disposição". Ela deve aceitar e até sentir-se lisonjeada, realçada, por ter sido " a escolhida".

Se a mulher não aceitar o assediador, ela sofre retaliações como agressões, humilhações e não é raro que o agressor diga que ela é quem o provocou, era permissiva, era desfrutável (termo usado para divorciadas, filhas inocentes de divorciados, filhas de viúvas ou de famílias com pouco poder ou influência etc.). Nesses casos, precisamos diferenciar o que é um comportamento sadio de relacionamentos interpessoais e comportamentos permissivos e provocadores.

A autora explica que os países entendem as abordagens sexuais de forma diferente, mais ou menos severa, mais ou menos tolerante. Na França, por exemplo, só é reprimida a chantagem sexual. Enquanto que, nos Estados Unidos, o assédio sexual já é uma forma de discriminação sexual. Mesmo existindo nos dois sexos, a maior parte são mulheres assediadas por seus superiores hierárquicos, onde em geral há maior presença de poder, financeiro e relacional.

pg 87 - "Cale-se, escute e registre, apenas. Você não tem cérebro. Suas opiniões pessoais não valem nada. O que você pensa não tem o menor interesse. O que você sente também não interessa. Você está a meu serviço. Você está aqui para proteger meus interesses e responder a minhas necessidades... Eu não quero martirizá-la. Só quero ajudá-la porque, se você fizer bem o que eu mando, se ouvir e registrar tudo, então poderá vir a ter tudo que quiser" 

pg 88 -"A técnica é sempre a mesma: utilizam-se as fraquezas do outro e leva-se o outro a duvidar de si mesmo, a fim de aniquilar suas defesas. Por um procedimento insidioso de desqualificação, a vítima perde progressivamente a confiança em si, e por vezes fica tão confusa que pode chegar a dar razão a seu agressor: Eu sou nulo, eu não consigo, eu não estou à altura. Assim, a destruição se dá de forma extremamente sutil, até que a própria vítima se põe na condição de quem está em erro." 

Analisando as frases acima percebe-se que os agressores precisam conhecer a vítima. Portanto, ou convive ou conviveu ou deverá se aproximar diretamente ou por meio de seus enviados, subordinados, amigos etc. O livro explica a violência direta e real.

A violência privada e íntima, nas famílias - comentários depreciativos  etc.

A violência entre casais - os mistérios, os silêncios, as informações mentirosas, as censuras, as comparações ferinas, a mágoa porque o outro veio de família mais rica, com mais posses, ou porque o outro estudou mais ou tem mais facilidade em algum aprendizado, porque o outro é mais bonito e bem sucedido, mais solicitado -  o crescimento vertiginoso de um na vida profissional e a decadência física e social do outro.

Existem pessoas e profissionais, processos e sistemáticas "competentes" em retirar das pessoas e profissionais-alvo a auto- estima e a confiança em si mesmos.

Vantagens dessas técnicas? Várias. O preço de manutenção de um conjuge depreciado, confinado em casa, é  mais baixo do que alguém sofisticado, bem posicionado e socialmente demandado.

Se alguém sai perdendo, a quem beneficia essa perda? Diretamente ou socialmente?

A violência oculta nas empresas - pode ser no estacionamento que encontre os pneus furados do seu carro, ou a lataria riscada, comentários maliciosos nos corredores e olhares maliciosos em reuniões etc.

Marcação de reuniões em horários impossíveis, excesso de demanda ou, o contrário, a infantilização da tarefa, a ridicularização no meio dos grupos, os comentários sexistas etc  Uma forma de discriminação é abordada no filme - Philadelfia, existem exemplos do que se pode fazer quando há consenso sobre a expulsão de um aidético da equipe.

Como diferenciar um assédio moral recorrente, contra alguém,  determinado, de um preconceito racial ou religioso a um grupo? Ou, uma retaliação pontual e até mesmo corretiva? A autora responde - as consequências a longo prazo e a reincidência das investidas contra uma determinada pessoa ou sua família.

O preconceito racial contra um determinado grupo Não  leva a ações constantes como acontece quando se tem alguém por alvo.

Se existe algo pontual a ser corrigido, as boas técnicas de educação e orientação e coaching, conduzem a pessoa a ter consciência de seus erros e há uma meta para corrigí-los e superá-los. São destacados profissionais mais experientes para servirem de exemplos e modelos de admiração desde que seja possível haver uma correlação no espelho apresentado.

Modelos incompatíveis são inadequados. Por exemplo, dar a uma profissional de idade ou com biotipo normal, metas de se aproximar de uma modelo profissional da moda e jovem, é submeter a pessoa idosa ao fracasso, pela impossibilidade da missão.

Exigir performance de hábil política ou performance de liderança a uma pessoa restrita em hábitos e rotinas, sem histórico de brilho político, seria outra forma de assédio moral. Do outro lado, limitar o funcionário a tarefas sem valor quando este conta com capacidade e experiência para fazer algo mais qualificado e reconhecido.

Quando o profissional se dá conta da agressão pessoal, o choque é muito grande! Há um enredamento, há um crescimento de estágios de humilhações em ambientes inóspidos onde o profissional não tem domínio ou aliados. A dor, o estranhamento, o choque emocional e a angústia se misturam.

"Quando adquirem consciência da manipulação, as vítimas se sentem lesadas, como alguém que acaba de ser objeto de uma fraude dolosa. Encontra-se nela um sentimento idêntico, de terem sido enganadas, exploradas, de não terem sido respeitadas. Descobrem, um tanto tardiamente, que são vítimas, que alguém as fêz de joguete. Perdem sua auto-estima e sua dignidade, tem vergonha das reações que aquela manipulação provocou nelas: Eu devia ter reagido mais cedo! ou Como foi que eu não vi isso?"

"Na maior parte dos casos ficam a procura de uma reabilitação, de um reconhecimento de sua identidade. esperam um pedido de desculpas, que nunca receberão, por parte do agressor. "

As testemunhas podem ser manipuladas pelo perverso, ou por meio de dinheiro ou perspectivas de trabalho, ou promoções ou vantagens pessoais e, ao perverso, as testemunhas passam a se juntar na agressão ou na omissão.

pg 178 - "Quando se dá uma agressão perversa, o agressor age de maneira a mostrar-se todo poderoso, demonstrando rigor moral e sabedoria. ...De modo geral, entre os acontecimentos da vida suscetíveis de desencadear um estado depressivo não se contam apenas as experiências de luto ou separação, mas também a perda de um ideal ou de uma idéia supervalorizada" 

pg 179-"As perturbações psicossomáticas não resultam diretamente da agressão, mas do fato de o sujeito estar incapaz de reagir. Faça ele o que fizer, está e estará errado na percepção dos grupos, e faça o que fizer, é ou será olhado como principal culpado." 

"Os perversos, para provar que a vítima é má, estão prontos a provocar nela a violência para com eles. .... Acontece, porém, que a vítima volta essa violência contra si mesma, sendo o Suicídio a única solução para livrar-se do seu agressor."

Agir - pg 188 - "Quanto mais a crise for retardada, mais violenta ela será."

pg 210 - "Não somos um psiquismo isolado, somos um sistema de relações."

comentários próprios - A França conta com muitos psicanalistas e psiquiatras que trabalham com a questão do assédio moral. Notícias da mídia recente, no ano 2009, mencionam a elevada incidência de suicídios de trabalhadores franceses sendo submetidos ao pavor do desemprego. Existem tantas formas de terror sutil - mandar emails constantes sobre mortes, notícias de suicídios de ex colegas no trabalho e sobre cenários sombrios no futuro de aposentados.... , disseminar péssimas notícias, recorrentes, instala a visão de impotência e incapacidade de reagir.

Importante: são processos circulares e não se consegue entender como começaram ou qual foi o estopim ou motivo pontual - tudo é possível em ambientes doentios ou com a influência de mentes doentias. O que é possível entender é que não servem para "levantar ninguém" da depressão.

Comportamentos  de familiares considerados "mais inteligentes" ou mais respeitáveis? Estudos da mente? Estudos de comportamento do acuado e vítima? E o agressor ou grupos de agressores não quer um final reparador.

Hipóteses - processos grupais em famílias, processos de controle,  disputas políticas e comerciais, concorrenciais, interesses em relações patológicas, falta de compromisso com a vida do indivíduo em questão ou por razões diversas.

A quem interessaria inutilizar um cidadão, um familiar, um profissional ou um ser humano? Existem relações perversas e a explicação sistêmica é:  um dos protagonistas é um perverso narcisista e, o outro, tem a propensão de culpar-se.


A grande possibilidade é existirem dados prévios de personalidades e processos circulares nos grupos que se reforçam e se endossam.

pg 217 - " A imaginação humana é ilimitada quando se trata de matar no outro a boa imagem que ele tem de si mesmo, mascaram-se as próprias fraquezas e pode-se assumir uma posição de superioridade. Em todos os tempos houve seres desprovidos de escrúpulos, calculadores, manipuladores para os quais os fins justificam os meios, mas a multiplicação atual dos atos de perversidade nas famílias e nas empresas é um indicador do individualismo que domina em nossa sociedade.

Em um sistema que funciona com base na lei do mais forte, do mais astucioso, os perversos são reis. Quando o sucesso é o valor principal, a honestidade parece fraqueza e a perversidade assume um ar de desenvoltura."


pg 218 - " Projeto de lei foi proposto na França propondo considerar como delito o " trote", reprimindo todo o ato degradante nos meios escolar e sócio educativo. "

Eu, particularmente, que tive uma formação acadêmica ligada a ciências exatas, uma formação religiosa muito severa, e uma família muito exigente quanto aos estudos, regras etc, considero esse livro arrepiante! Congela o sangue nas veias à medida que vai sendo compreendido o processo de manipulação.

Como desmascarar a ação perversa? As violências decorrem da vontade de alguém querer se livrar de outro alguém, sem sujar as mãos!

Ou de desvalorizar alguém para se sentir superior ou por questões diversas. Alguém se beneficia, objetivamente.


Seria melhor que as pessoas de bem, de boa índole leiam este livro, por mais doloroso que seja, por mais horripilante que lhes pareça, para diferenciarem os tratamentos honestos, nos vários ambientes onde vivem. É melhor ler antes, do que depois de se ver pego nas armadilhas dos verdadeiramente perversos.

Palavras depreciativas recorrentes, olhares raivosos (como decifrar?), comentários baixos e sussurrados com conotações desabonadoras e deboches, sorrisos irônicos  considerados sinais e atitudes de violência perversa ou assédio moral.

De acordo com a autora, ao longo de anos, de um processo de desgaste e desqualificação, as vítimas, além de doentes, ficam paralisadas, sem ação, tornam-se objetos "sem alma", sem vontade, sem desejos, sem conseguir atuar produtivamente. É a guerra, com fins de tirar profissionais do caminho de quem tem os meios e os maiores recursos de persistir. 

As vítimas, antes de ficarem imobilizadas totalmente, podem ser levadas ao suicídio - mesmo para se matar é necessário ter energia. Seria a vitória máxima esperada pelos agressores! Assédio moral, sem um tiro, sem sangue, sem provas mata!

Maria Lucia Zulzke, em 10 de novembro de 2009, às 10:04 am, em S.Paulo - SP - Brasil

sábado, 7 de novembro de 2009

A Rainha que virou pizza - crônicas - JA Dias Lopes

Esse livro mescla histórias e culinária. E reune entre seus fãs, sem culpa, os adeptos aos "pecados das transgressões" da gula. 

Como grande parte de nós guarda memórias sensoriais e, dentre elas, a memória do paladar, esse livro, na página 264, apresenta como foi criada a pizza que leva o nome da Rainha Margherita e as diferenças culturais entre o modo de se fazer pizza no Brasil e na Itália.

Segundo o autor, no dia 11 de junho de 1889,  foi preparado um jantar para os reis da Itália, Margherita e Umberto I. Uma das pizzas trazia tomate, mozzarella e manjericão, alimentos com as 3 cores da bandeira italiana, vermelho, branco e verde - além dos reis terem adorado a receita dos ingredientes, o aspecto visual, tricolor, encantou a rainha. Por ser escolhida, os cozinheiros napolitanos "batizaram" a pizza vencedora com o nome de Margherita.

A rainha, mencionada como fascinante e adorada pelo povo, usava roupas luxuosas, jóias e dedicava-se às obras assistenciais.

Por meio de cardápios bem escolhidos, de uma cultura culinária com significados e de uma escolha carinhosa, podemos homenagear nossos convidados (as).

Em italiano, segundo o autor, a palavra morbidezza é que melhor exprime a textura da pizza italiana  e coloco uma foto pessoal com uma pizza italiana.




Quando estiver com amigos, provando a pizza Margherita, faça uma homenagem à Rainha que a escolheu e preferiu dentre outras, imortalizando-a para o paladar, desde o século 19.

Nesse instante, você estará sendo, como que um dos convivas da Rainha Italiana, e  não importa o tempo, o espaço ou o século que nos separem - esse é o doce segredo dos legados das seleções.


Maria Lucia Zulzke, em 07 de novembro de 2009, em S.Paulo - SP - Brasil, 10:12 am

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Jogos Territoriais - Annette Simmons - Ed. Futura - "um beijo, qual Judas..."

Este livro requer boa dose de maturidade para ser digerido diante das rivalidades nos ambientes de trabalho. E o seu título é bastante ilustrativo - o ser humano briga por território o tempo todo, grande parte do seu esforço é tirar o mais bem sucedido, o mais famoso, o mais antigo de seu posto, o que tem mais destaque etc.

No esporte, isso é facilmente reconhecido e valorizado - são os "records" de tempo, de velocidade, de gols, de conquistas, entre os diferentes esportistas que disputam ou o mesmo esportista busca superar a si mesmo.

Entre os times rivais, entre as torcidas, fica bastante evidente o caráter altamente competitivo das partes.


No ambiente de trabalho há um grande desperdício de talentos e pessoas experientes por conta desses jogos. Dependendo das implicações políticas, das alianças existentes, o jogo de intimidação é explícito ou invisível.


Existem sabotagens muito sérias, desacreditando profissionais, espalhando inverdades e, em casos de ocupação agressiva de territórios, as pessoas indesejadas vão para uma equivalente "Sibéria" sem recursos, cercadas de boatos destrutivos e de armadilhas.


pg 168 - Mais que um jogo: "A maioria das batalhas territoriais se faz bem dentro das normas sociais e parâmetros de justiça e civilidade. Os jogadores territoriais que não jogam dentro desses limites são jogadores de sabotagem. "

pg 148 - " Por alguma estranha razão, a cortesia excessiva pode funcionar como um comportamento de afastamento. A natureza obviamente forçada da inclusão cria uma espécie de sarcasmo comportamental, excluindo o outro do círculo íntimo. É um beijo de Judas que marca publicamente o recebedor da cortesia com os sinais de "inimigo".  Protegido pelo disfarce de politicamente correto, um colega pode enfatizar excessivamente o emprego de pronomes femininos porque ele "não quer ofender Jane, aqui". Sua gentileza excessiva meramente enfatiza a segregação de Jane, sua diferença do resto do grupo. Até envia a mensagem de que Jane é suscetível a essas coisas, enquanto a pessoa que está falando fica com a fama de sensível às necessidades dela. A verdadeira inclusão em um grupo diminui a formalidade. "

Leitura indigesta, mas desafortunadamente real. Pergunto-me qual é a melhor fase para se ler e cheguei à conclusão de que, quem tem o estomago mais tolerante e a maior ambição já leu há muito tempo ou formou-se com seus princípios.

Infelizmente, como abrir novas frentes de trabalho, iniciar novos projetos é mais difícil, a disputa por espaços conquistados  e bem sucedidos, torna-se um jogo de "vida ou morte".

Para sobreviver nos Jogos Territoriais precisamos definir se será necessário - lutar, fugir ou nos agarrar ao posto. A autora comenta os altamente destrutivos comportamentos usados durante os conflitos territoriais e difícil é entender a raiz do problema pois pode ser emocional e não racional.

Maria Lucia Zulzke, em S.Paulo - SP - Brasil, em 05 de novembro de 2009, às 11;25 am.